Translate

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A morte

A morte saía-lhe pelas narinas
folgante com cada respirar
e no corpo pesado era cinza que a fazia pesar
Imensa e enraizada de medo, ela, não a morte
e por mais que lágrimas subissem ninguém chorou
- ou morreu
Se as luzes passassem com força a iridescência não teria lugar
Se o copo pesasse mais não teria força para o levantar
A morte ainda não lhe saiu das veias
ela luta, brava, para se libertar
de amarras brancas e nódoas negras
que olhos nenhuns deviam observar
De raiva
Com raiva
A morte evade-lhe por teimosia.

Cristina Lemos.

Sem comentários:

Enviar um comentário